Todos sabem o que é uma crônica. Certo?
Mas para refrescar a memória, em poucas palavras, podemos
dizer que a crônica é um texto jornalístico redigido de forma livre e pessoal.
E cronista? Sabe o que é?
“Claro!” Você pensou. “Cronista é um autor de crônicas.”
Certo, mas não apenas isso.
Assim como na poesia, no conto e na literatura em geral, o
autor destes trabalhos é muito mais do que a palavra define.
É preciso vivenciar, sentir, buscar, explorar, experimentar,
entre tantas outras coisas para produzir um trabalho literário.
Para definir melhor, vamos falar então do nosso cronista “de
mão cheia”.
O senhor Mário Segundo Carboni. Não sabe quem é?
E o famoso e simpático “Seu Mário”? Agora sim, não é mesmo?!
Pois é. O nosso Seu Mário é um “senhor” cronista que há
muitos anos brinda os jornais da nossa cidade com suas crônicas dos mais
variados assuntos, sempre mantendo um ótimo nível de atualidade, bom humor,
inteligência e informação.
Abaixo apresentamos uma das crônicas do Seu Mário:
BRASILEIROS FELIZES
“Segundo
uma pesquisa divulgada recentemente, o Brasil figura como o país cuja população
é talvez a mais feliz do mundo. Na verdade, este é um resultado subjetivo,
pois, qualquer habitante de qualquer lugar do mundo sente orgulho de seu país.
(...)
O
Brasil oferece muitas condições para o povo ser feliz, mas quais serão aqueles
realmente felizes?
Os
banqueiros fazem seu próprio regulamento. Pegam o seu dinheiro e te pagam
apenas 0,7% ou 0,8% de juros e o emprestam a outras pessoas cobrando 7,0% ou
8,0%, ou então pegam de outros e emprestam a você, seguindo o mesmo esquema.
Além disso, cobram taxas para pegar seu dinheiro, taxa para usar seu dinheiro e
taxa para devolver seu dinheiro. (...) Inegavelmente os banqueiros são brasileiros
felizes.
De uns
tempos pra cá virou uma verdadeira praga a cobrança de pedágio nas estradas
brasileiras. A administração e cobranças são concedidas a empresas que
geralmente tem algum vínculo com o Governo, seja de parentesco político ou
monetário, pois só assim se explica a conivência com os valores cobrados, sendo
que o aumento das tarifas supera a média cobrada internacionalmente.
Inegavelmente os donos dessas concessionárias são brasileiros felizes.(...)
No
Brasil também encontramos os “donos” de Igrejas. Antigamente ninguém era dono
de igreja nenhuma. A igreja era uma instituição da comunidade em benefício de
todos os membros. De uns tempos pra cá alguns espertalhões descobriram o
verdadeiro filão que é fundar uma igreja e convencer seus membros a contribuir
monetariamente, sendo que o grosso dessa arrecadação vai para o seu próprio
bolso. São inúmeras reportagens sobre “pastores” que compram mansões, fazendas,
emissoras de rádio e televisão, não em nome da igreja mas em seu próprio.
Inegavelmente os “donos” de igreja são brasileiros felizes. (...)
Os
políticos em geral, mas os deputados e senadores em especial ganham um salário
incompatível com o pouco que fazem em benefício da população. Além do salário
ainda recebem auxílio moradia, auxilio para comprar roupa, aluguel, combustível
e demais regalias, contando ainda com um “aditivo” monetário que conseguem
quando liberam verba para algum município. Quando são pegos em alguma falcatrua
e são ameaçados em cassação não se abalam. Simplesmente renunciam ao mandato,
saem sorrindo e sabendo que na próxima eleição o povo os reelegerão.
Inegavelmente os políticos são brasileiros felizes.
E a
lista ainda contempla os empresários de laboratórios farmacêuticos, os donos de
concessionárias de água, energia elétrica, telefone fixo ou celular, que usam e
abusam do aumento de preços de seus produtos, sempre usando aquelas desculpas
já bem esfarrapadas de “readequação” ou “alinhamento” de preços. Inegavelmente
esses são brasileiros felizes.
Como
deu pra notar, realmente existem muitos brasileiros comprovadamente felizes,
mas em comparação com a população total, a porcentagem é pequena. Resta saber
como se sentem os familiares das 50 mil pessoas assassinadas anualmente; das
que morrem sem atendimento médico; da violência contra as mulheres; das que
dependem do transporte público; do desemprego. Mas isso já é assunto para outra
pesquisa.”
(Mário S. Carbobi. Sexta-feira, 01 de junho de 2012)
Agora que você conhece um pouco mais sobre essa figura
fascinante da nossa comunidade escolar vá até nossa biblioteca (ou até o
próprio Seu Mário) e procure mais alguns trabalhos publicados em diferentes
épocas nos jornais da cidade. Com certeza será um acréscimo imenso ao seu
conhecimento!
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